"Quando vejo o princípio de liberdade em ação, vejo agir um princípio vigoroso, e isto, de início, é tudo que sei. É o mesmo caso de um líquido; os gases que ele contém se liberam bruscamente: para se fazer um julgamento, é necessário que o primeiro movimento se acalme, que o liquido se torne mais claro, e que nossa observação possa ir um pouco além da superfície".
Edmund Burke.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Apropriação Cultural – Histeria Racista



 Na onda do último debate a respeito da apropriação cultural, muitos artigos interessantes, pró e contra aos conceitos de apropriação cultural conforme veiculados pela militância, inundaram a timeline de muita gente. A sensação que ficou disso, pelo menos para mim, é que há uma certa histeria a imperar na mentalidade e nos movimentos de esquerda.

 Em especial, quero me referir a este excelente e, ao mesmo tempo precário, artigo publicado na plataforma Geledes[1].  Excelente porque consegue retratar a permanência do racismo nos meandros de nossa tessitura social e porque é rico nas referências que traz à discussão. Precário, porém, porque lhe parece faltar uma certa objetividade científica, principalmente no que consiste à análise dos dados estatísticos; porque desconhece a origem, importada do multiculturalismo norte-americano, das pautas do movimento negro brasileiro e, também, porque esbarra em lugares-comuns  que só fazem reforçar a transposição de um ideário de luta de classes para um contexto racial muito mais ideológico do que propriamente objetivo.

 Em primeiro lugar, é sem dúvida, certo que a escravidão, de todas as nossas instituições passadas, é aquela que nos legou a principal nódoa para o desenvolvimento econômico, social e político – da mesma forma como é indubitável que a figura do negro, para utilizar uma metáfora, não foi convidado para a festa da democracia brasileira. No entanto, cabem aqui algumas observações importantes. Tal como o diz Joaquim Nabuco, em sua obra O Abolicionismo, obra cuja leitura recomendo fortemente, a escravidão moldou de tal forma o ethos brasileiro que passa a ser difícil dizer que apenas uma parcela da população sofreu de suas consequências na época de sua vigência ou ainda sofre nos dias de hoje. Isto porque, tal como o pernambucano afirma nos capítulos dedicados às consequências econômicas e sociais do “elemento servil”, a escravidão desestimulou ao longo de séculos o trabalho livre e fomentou a concentração urbana nos poucos pontos em que as atividade extrativas baseadas na mão de obra escrava eram sólidas.

 As consequências foram claras: a mão de obra livre sem recursos para a aquisição de escravos – que constituía a grande maioria dos homens livres, afinal apenas uma pequena parcela da população livre brasileira à época era formada de proprietários rurais e donos de escravos – vivia numa condição de miséria semelhante aos escravos. Para conseguir sobreviver, seus representantes passaram a ter de viver em pequenas terras dentro de grandes proprietários rurais e a destes depender diretamente, num sistema semelhante ao que pudemos observar durante a Idade Média na Europa e que denominamos como a função do servo da gleba. A longo prazo, o que se formou nada mais foi senão o germe daquilo que conheceríamos décadas mais tarde como o fenômeno do coronelismo: grandes proprietários locais, detentores de forte poder político e econômico, que ditavam a dinâmica das relações locais e concediam privilégios e proteção em troca de favores e votos. Com a dependência total do fator da mão de obra escrava e do desestímulo total pelo trabalho livre e pelo fator empreendedor, os rincões e o interior do país permaneceram quase intocáveis, longe das inovações conquistadas e trazidas aos grandes centros urbanos, longe das estruturas mais avançadas da época e longe dos centros de produção de informação e vida cultural ativas do então Brasil Império.


 Em termos sociais, Joaquim Nabuco fornece o pano de fundo para autores posteriores como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro. A principal característica da escravidão no Brasil, segundo tais autores, foi a miscigenação, a africanização da nação brasileira, de tal modo que a definição do brasileiro como um povo mestiço, segundo Holanda e Freyre, parece ser histórica e socialmente muito mais acertada do que a polarização hoje observada entre brancos e negros. É aqui, por exemplo, que a autora esbarra ao mencionar a tão criticada “democracia racial” –termo atribuído a Freyre e que foi destituído de seu sentido original por uma longa tradição de militância iniciada por Florestan Fernandes. Freyre jamais mencionou o termo em sua obra mais conhecida, Casa Grande e Senzala. Quando o fez, foi num ensaio e em cartas pessoais publicadas nos anos 1940, cujo sentido refere-se ao objetivo de um projeto político. O termo “democracia racial” referia-se não a uma constatação política do panorama social brasileiro, como se todas as diferentes etnias gozassem de condições de vida semelhantes, mas a um objetivo da política nacional brasileira, que via na criação de instituições modernas o acesso a uma democracia plural que garantisse direitos iguais e mobilidade social a todos, sem discriminação racial ou étnica.

 Com efeito, é a partir, exponencialmente, dos escritos de Florestan Fernandes que importação de um modelo norte-americano de ações afirmativas se inicia. Seu escrito A Integração do Negro na Sociedade de Classes representa praticamente uma ruptura com os escritos até então desenvolvidos no Brasil. Preocupado em analisar a situação do “negro” numa sociedade dividida e conforme a leitura social marxista de luta de classes e acumulação de capital, a condição do mestiço como parâmetro norteador para compreensão da sociedade brasileira foi afastada por completo. É fato que tanto Florestan como de certa forma o movimento negro no Brasil nos anos 1980 receberam financiamento da Fundação Ford, através de filias estabelecidas no Brasil, cujo objetivo era o fomento de círculos de estudo, militância e grupos de pressão que pudessem inserir no cenário social e político reivindicações novas e um tanto distanciadas do contexto americano. Desde a conquista dos direitos civis nos EUA anos 1960, o financiamento de grupos de pressão (criação de espaços em universidades para a criação de centros de estudo do multiculturalismo, da militância e de órgãos rigidamente organizados) pela Fundação Ford teve um só objetivo: a conquista de poder através da inserção de acadêmicos, militantes financiados em funções chaves do ordenamento político e da administração pública.

 De fato, falar em brancos e negros no Brasil é pouco objetivo. As duas categorias raciais foram claramente importadas de um modelo polarizado que encontra no segregacionismo americano as fundações de sua legitimação. Findado o período da Reconstrução, após a Guerra Civil, o pensamento racial eugenista encontrou espaço através da formulação de leis estaduais que vieram a ser chamadas, em conjunto, como as leis Jim Crow – as famigeradas leis de anti-miscigenação que, curiosamente dividiam o caldeirão de etnias formador do “povo” americano não entre brancos e negros, mas entre brancos e não-brancos. Tal divisão foi possível apenas com a lei da gota de sangue única, que determinava que uma ascendência de 1/16 de sangue negro já tornava suficiente a classificação de um homem branco americano em não-branco e, portanto, numa classificação racial e civil inferior.

 No Brasil, a segregação não foi pautada segundo critérios raciais. Como afirma Sérgio de Holanda, em As Raízes do Brasil, o racismo brasileiro diferia fortemente do racismo americano por dizer respeito à cor da pele, e não ao fator raça. A escravidão, além de não ter se originado do racismo, mas antes de um sistema jurídico-político que estendia os direitos de propriedade para seus limites máximos, não originou um estado segregador em termos raciais. A própria instituição da escravidão não esteve associada ao fator cor: os negros trazidos ao Brasil pertenciam a tribos e culturas africanas, variadas entre si, que escravizavam membros de outras tribos e os utilizavam como meio de troca. Não raro, inclusive, brancos portugueses foram feitos escravos no norte da África, onde, estima-se, cerca de um milhão de europeus foram feitos escravos pelos sarracenos na mesma região. Também no Brasil, houve escravos libertos que se tornaram grandes proprietários e comerciantes de escravos, justamente porque esta atividade era a mais lucrativa à época.

 É neste ponto que a falta de objetividade e rigor da análise de dados estatísticos parece surgir no texto da autora. É certo que “negros” (coloco entre aspas, pois considero a mestiçagem o elemento real do panorama nacional) compreendem as principais vítimas de crimes violentos, tenham expectativa de vida menor se comparado a outros grupos, sofram mais com o desemprego e representem boa parte da população carcerária. Mas em nenhum momento é possível estabelecer que esta triste realidade seja fruto do racismo ou da “branquitude” exploradora.  A simples constatação de que um grupo minoritário ou uma etnia é sub-representada em determinado setor de uma sociedade não significa, necessariamente, que este grupo esteja sendo discriminado ou segregado pelo grupo oposto. Ainda mais no caso brasileiro, de forte segregação sócio-econômica, onde existem muitas outras variáveis que não a cor da pele que ajudam a explicar as estatísticas apresentadas. Por exemplo, conforme o nível de escolaridade aumenta, a propensão ao desemprego é estatisticamente menor, inclusive entre a comunidade negra. As condições de saneamento em bairros e cidades pobres representam, por exemplo, perigos muito maiores á saúde do que a cor da pele. Um homem ou mulher, ambos “negros”, que residem numa região nobre da cidade de São Paulo apresentam uma expectativa de vida igual ou até mesmo superior a seu oposto “branco”. Nestes casos, é o fator racial e cor de pele ou a educação e a precariedade dos serviços públicos que determinam especificamente as condições observadas empiricamente?

 De forma análoga, tampouco se pode falar que exista um privilégio de ser “branco”. Tal raciocínio seria verídico apenas se todos aqueles considerados “brancos” fossem ricos ou detentores do poder político e econômico. De acordo com a revista Forbes, os 10% mais ricos do país hoje não são os mesmos de outrora, 20 anos atrás, e a própria preponderância racial se alterou significativamente nesse tempo. Há também estatisticamente uma desigualdade de renda, senão maior, igualmente brutal entre os “brancos” do que entre estes e os “negros”. O sucesso profissional, de acordo com o IBGE, apresente forte correlação com o tempo e a qualidade da escolaridade, conforme mencionado. E falo pessoalmente: o bom acesso que tive à educação não se deveu por ter nascido com pele branca, mas unicamente porque meus progenitores me legaram boas condições, não porque fossem brancos (meu pai era mestiço), mas porque trabalharam décadas, saindo de condições adversas, muitas vezes em condições humilhantes, para obter um mínimo de conforto material.


 O raciocínio se estende também à questão da apropriação cultural propriamente dita. É certo que um objeto dotado de um forte significado histórico pode perder sua razão de ser quando utilizado “irresponsavelmente” por outras pessoas que desconhecem seu significado histórico. Isto, contudo, não quer dizer que aquele que se aproprie de um costume ou acessório ou faça por racismo ou como um gesto de apropriação premeditada da identidade de outrem. A cultura é fruto da interação humana e é difícil estabelecer com primor a origem exata de nossos costumes e práticas. Tanto nos aspectos raciais, quanto nos aspectos culturais, a mestiçagem parece nos definir. Para ilustrar melhor a questão utilizo aqui os termos de Balbinus a respeito do turbante:

Agora, voltemos ao turbante em questão. É uma história riquíssima. Segundo relatos, a palavra turbante tem origem no persa dulband, que foi "afrancesado" como "turbant". Para os lusófonos, a própria palavra é uma apropriação cultural de franceses e persas. Mas, peraí: o turbante não era africano? Não, isso é mais uma patuscada do movimento negro. O turbante é persa, de acordo com praticamente todos os registros mais antigos. Possivelmente chegou a África por meio de mercadores, assim como se espalhou pela Ásia. Quem pesquisa sobre os turbantes vê que existe uma profusão de variações em lugares distintos como Grécia (Ilha de Creta), Índia, Oriente Médio, Indonésia e Paquistão. Para os africanistas que defendem "as razões religiosas do turbante", seu uso é registrado entre judeus, cristãos ortodoxos de Somália, Etiópia e Eritréia, sikhs da Índia, clérigos islâmicos, sacerdotes de Fiji, tuaregues... os africanos são os que menos utilizam a indumentária em ritos religiosos. Ao que parece, as feminazis africanistas estão se apropriando de um legado persa[2].

 Mais ainda, é mais problemático falar em apropriação cultural quando voltamos à questão das construções ideológicas do “branco” e do “negro”. Perguntar é necessário: o que constitui o estilo de vida “branco” e o estilo de vida “negro”? Viver como um português é semelhante a viver como um americano ou um holandês? A ancestralidade pode definir os valores e decisões individuais de determinada pessoa? A afro-descendência não passaria por cima das grandes diferenças entre tribos locais? Balbinus acerta em cheio novamente:

Vale aprofundar a polêmica: quem fala de "apropriação cultural" geralmente a prática contra os próprios africanos". Qualquer um que conhece a história da África de fato sabe são povos muito distintos entre si. São mais de cinquenta países e mais de trezentas tribos. Muitas que são rivais históricas. Com o processo de escravidão, a logística do tráfico fez com que negros fossem comercializados de acordo com a geografia: para a região nordeste, iorubas (o Nordeste está mais próximo de Nigéria e Benim geograficamente), enquanto o Sudeste recebeu mais negros de origem banto (estamos mais próximos de Angola e da antiga possessão de Cabinda). Por isso os negros paulistas e mineiros tendem a ter traços diferentes de baianos e maranhenses, por exemplo. Corre o risco de uma feminista africanista estar se apropriando de elementos afro que não correspondem a sua etnia[3].

 É interessante notar, também, que esta recente polêmica reacendeu outro ponto problemático do multiculturalismo e, em especial, do nacionalismo negro, a saber, a invenção de uma comunidade negra ou africana unívoca que seja capaz de construir uma identidade em comum para todos aqueles que de alguma forma descendem dos povos africanos. A ideia de nação é “uma comunidade inventada” e as narrativas em seu torno muito mais servem para lhe fundamentar ideologicamente do que para lhe situar historicamente. A mística em torno de uma nação ou diáspora negra padece praticamente dos mesmos equívocos dos nacionalismos exacerbados do século XX. Não chega a surpreender observar, por exemplo, nos teóricos alemães do nazi-fascismo, algumas semelhanças com as tentativas atuais de construção de um povo unívoco e idêntico. No caso alemão, era forte o sentimento de uma nação germânica, forte, que tinha numa ancestralidade perdida e pura a origem de seu esplendor e a razão de seu projeto político de fazer do estado a extensão do povo alemão, livre da exploração de etnias diferentes e inferiores. Nesta narrativa, como que da noite para o dia, a guerra de raças nasceu com força e clamor irresistíveis.

 Durante o texto, a autora também se manifesta em relação ás pautas do movimento negro pelo combate ao racismo e pela inserção do negro nas camadas mais privilegiadas da sociedade. Novamente, não é porque exista uma sub-representação étnica que se possa afirmar que o racismo é o fator preponderante para a desigualdade. Como reconhece Thomas Sowell, parte-se da falsa premissa de que há algo estranho quando diferentes grupos raciais ou étnicos alcançam diferentes níveis de realizações:

Há tantas reviravoltas documentadas ao longo da história, que é impossível acreditar que um único fator sobrepujante seja capaz de explicar tudo, ou quase tudo, do que já aconteceu ou do que está acontecendo.  O que realmente se sabe é que raramente, para não dizer nunca, ocorreram façanhas iguais alcançadas por diferentes pessoas ao mesmo tempo.
No entanto, o que mais temos hoje são grupos de interesse e movimentos sociais apresentando estatísticas — que são solenemente repercutidas pela mídia — alegando que, dado que os números não são aproximadamente iguais para todos, isso seria uma prova de que alguém foi discriminatório com outro alguém.
Se os negros apresentam diferentes padrões ocupacionais ou diferentes padrões gerais em relação aos brancos, isso já basta para despertar grandes suspeitas entre os sociólogos — ainda que diferentes grupos de brancos sempre tenham apresentado diferentes padrões de realizações entre si[4].


 É indubitável que o racismo velado, resistente na cultura é ainda algo a ser eliminado, combatido verdadeiramente. Mas não há registro algum na história humana que nos diga que apenas um fator, uma única variável foi responsável pela ascensão e queda de povos e nações, ou de etnias ou grupos minoritários. Como Sowell também explica em sua obra Ações Afirmativas ao Redor do Mundo, as ações afirmativas com base em critérios raciais não apenas não corrigem distorções históricos, como trabalham para piorá-las.  

 No fundo, o raciocínio ou “lógica” por trás da apropriação cultural é a mesma existente no racismo científico do início do século passado. Se antes a segregação e a anti-miscigenação eram estimuladas como forma de manter intactas as tradições de uma raça considerada inferior, hoje a teoria da apropriação tem como finalidade legitimar um julgamento baseado inteiramente na cor (uma atualização do velho racismo): o uso de determinado acessório pertence a pessoas de determinada cor. O julgamento de uma pessoa e de suas atitudes não passa por critérios senão aqueles determinados pela cor da pele. O cidadão “branco”, antes de cidadão e brasileiro, representa a consolidação, o produto histórico de uma ancestralidade exploradora e dominante. Se antes a diferença racial, pautada em critérios nada científicos com a roupagem do raciocínio rigoroso do método científico, servia para justificar a hierarquia de raças, hoje a mesma diferença, com critérios culturais muito mais do que pretensamente biológicos, parece ressaltar a dominação de algumas raças sobre outras. No fundo, o dogmatismo permanece o mesmo:

Desta feita, em vez de os genes serem a razão predominante para as diferenças nos êxitos pessoais, o racismo se tornou o motivo que explicava tudo.  Mas o dogmatismo continuava o mesmo.  Aqueles que ousassem discordar, ou até mesmo questionar o dogma predominante em ambas as eras, era tachado de "sentimentalista" no início do século XX e de "racista" na era multicultural[5].

 Por fim, se o objetivo é de fato lutar por uma igualdade, a saída não é reivindicar direitos coletivos ou poderes políticos de empoderamento com base em ancestralidades que se queiram com um significado mais importante do que a condição de cidadão que norteia nosso contrato político. Não é o julgamento, a tirada de conclusões baseadas na cor que irão nos livrar do preconceito e da discriminação. A saída é o reforço da cidadania, das instituições, da impessoalidade da lei, da correção de desigualdades a partir da reformulação ou eliminação de politicas públicas que até agora apenas originaram consequências negativas, especialmente para os mais pobres. A tentativa de constituir uma cultura ou organização social baseada em pequenos grupos raciais serve muito mais para dividir do que para unir as pessoas em prol de uma convivência harmoniosa e livre.



[1] http://www.geledes.org.br/branquitude-nao-corre-o-risco-ela-e-uma-caricatura-de-si-mesma/
[2] http://www.oreacionario.blog.br/2017/02/sobre-turbantes-e-farsa-da-apropriacao.html
[3] http://www.oreacionario.blog.br/2017/02/sobre-turbantes-e-farsa-da-apropriacao.html
[4] http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1554
[5] Ibidem.

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